Resumo: Este artigo objetivou analisar, a partir dos marcos teóricos da psicanálise e do pós-estruturalismo, a elevação do número de casos de depressão na contemporaneidade e a sua correlação com a ascensão a nível global do neoliberalismo. Contextualizou-se o sofrimento depressivo na hipermodernidade e as implicações sistêmicas desse modelo sobre a saúde psíquica dos sujeitos. Realizou-se uma crítica à patologização exacerbada das depressões e questionou-se a urgência de suprimir quimicamente os sintomas depressivos sem que a mesma preocupação seja empregada na compreensão simbólica do fenômeno. Concluiu-se que a epidemia das depressões pode ser encarada como um sintoma social, uma resposta defensiva dos sujeitos diante das super exigências que regem a vida no sistema capitalista.

Palavras-chave: depressão; capitalismo; neoliberalismo; hipermodernidade; saúde mental