Anais do Encontro Regional Nordeste da ABRAPSO
VOL. VIII, 2022
PSICOLOGIA SOCIAL E PRÁXIS INTERSECCIONAL: DESAFIOS FRENTE À TAREFA DE RECONSTRUÇÃO POLÍTICA DO PAÍS
ISSN 2965-226X
Quando a Dor Encontra a Arte: a experiência dos pacientes atendidos pelo Centro de Medicina Física e Reabilitação de Arapiraca - CEMFRA
Thiago da Silva Lima (Universidade Federal de Alagoas)
Vitória Gabriele Simplício Santos (Universidade Federal de Alagoas)
Andressa Rayane Pereira Moreira da Silva (Universidade Federal de Alagoas)
Larissa Magalhães Cavalcante Silva (Universidade Federal de Alagoas)
Lidiane dos Santos Barbosa (Universidade Federal de Alagoas)
Luciene Amaral da Silva (Universidade Federal de Alagoas)
Maria Victória de Fátima Bezerra dos Santos (Universidade Federal de Alagoas)
Resumo: O presente projeto de extensão em desenvolvimento pelos estudantes do VI período do curso de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas - UFAL junto ao Centro de Medicina Física e Reabilitação de Arapiraca - CEMFRA, objetiva conhecer, a partir da realidade dos atendidos pelo Centro, como em meio a dor física de cada um, a arte pode ser um canal de expressão das suas histórias e das alegrias vivenciadas durante o processo de recuperação e reabilitação.  Para isso, o projeto buscou mapear os pacientes sequelados de Acidente Vascular Cerebral - AVC atendidos pela instituição, como delimitação da população atendida. Foi necessário conhecer os pacientes a partir do olhar dos profissionais que atendem essa demanda, verificando quais as maiores dificuldades enfrentadas por eles e como o público atendido mantém a relação de vínculo com a instituição como forma de garantir a eficácia do atendimento através da frequência dos pacientes. Sob orientação da professora da Unidade Educacional e da Coordenação do CEMFRA, as ações foram direcionadas com base no que poderia ser desenvolvido a partir da especificidade dos pacientes atendidos, buscando ver suas limitações, restrições de mobilidade como sequela do AVC. Por isso, o projeto buscou, juntamente com esses pacientes, resgatar suas memórias através da construção da sua história de vida a partir da elaboração de um livro coletivo das suas memórias e significado na trajetória com a instituição. A primeira fase do projeto foi composta pelas reuniões de orientação, visita à instituição, conversa com a coordenação, contato com a assistente social da instituição para levantamento de dados quantitativos sobre os pacientes e os profissionais que os atendem e elaboração do projeto de intervenção nessa realidade. Para a coleta de dados foi utilizado questionário on-line, visita ao Centro, reunião com a coordenação e elaboração do projeto de intervenção. O mapeamento descreveu o perfil dos pacientes que estão na média de 30 a 60 anos com maioria de atendidos na faixa etária acima de 60 anos. Os pacientes chegam ao centro com as principais limitações como déficit neurológico, trauma ortopédico, limitação para realizar funções executivas, não aceitação do esquema corporal pós-trauma, etc. Esses pacientes são atendidos por 10 profissionais distribuídos nas áreas de fisioterapia e terapia ocupacional, a maioria com média de 1 ano na instituição em que apontam, como maiores dificuldades, a falta de adesão dos pacientes e a falta de alguns recursos terapêuticos. Os profissionais revelaram ausência de mais espaço para realização de atividades artísticas para os pacientes em geral. Em posse desses dados, a segunda fase do projeto será a realização dos momentos com os pacientes, a apresentação do projeto, o conhecimento da realidade de cada paciente e de seus acompanhantes, e o momento de construção da sua história a partir de imagens, desenhos, escrita, objetos que eles tragam que sejam significativos para suas histórias, para  a partir da agenda de sessões que eles tenham, em cada encontro será realizado o momento de partilha coletiva e elaboração da página do livro com a história de cada paciente. Como o projeto está em desenvolvimento, as dificuldades encontradas nessa primeira fase relacionam-se a adequação de horários para agendamento de visitas e reuniões, o não contato com os pacientes também trouxe dificuldade em pensar o projeto sem sentir a pessoa que iria fazer parte dessa construção, no entanto, acreditamos não haver grandes prejuízos quanto às ações que acontecerão.
Palavras-chave: Psicologia; reabilitação; arte.