Resumo: O presente texto é um relato de experiência e objetiva apresentar algumas reflexões e ações desenvolvidas pelo Núcleo de Estudos em Gênero e Sexualidade (NUEGES), criado em outubro de 2021, na Universidade de Pernambuco (UPE) - Campus Garanhuns, ligado ao curso de graduação em Psicologia. É composto atualmente por 23 alunes de distintos períodos da graduação, que buscam refletir criticamente a militância política, os movimentos sociais e a formação acadêmica/profissional, mais especificamente no agreste de Pernambuco. O grupo tem como objetivo principal atuar no campo da saúde e direitos humanos com o enfoque feminista de gênero, com o intuito de desenvolver ações de ensino, pesquisa e extensão para que esse assunto seja disseminado para a comunidade acadêmica e a sociedade de modo geral. Nossa proposta teórico-metodológica está baseada na abordagem construcionista em psicologia social, a qual tem buscado estudar as práticas discursivas e a produção de sentidos no cotidiano. Essa perspectiva, baseada no construcionismo, implica a análise dos aspectos performáticos da linguagem, bem como suas condições de produção. Nesse sentido, o construcionismo entende o discurso sobre o mundo não como uma imagem ou meio de mapear esse mundo, mas como um mecanismo de trocas sociais. Com vistas a alcançar nossos objetivos, como núcleo, estamos desenvolvendo ações no grupo de estudos, pesquisa e extensão. No projeto de extensão, a fim de que possamos levar debates para escolas de Garanhuns/PE - nas quais os assuntos de Gênero e Sexualidade não são fortemente discutidos - temos o propósito de que adolescentes de diversas idades encontrem um lugar seguro para poderem desenvolver seus questionamentos sobre o assunto. Visando isso, destacamos a relevância de nossos encontros e debates do grupo de estudos, tendo em vista a necessidade de reflexão sobre questões como sexualidade e gênero, pois infelizmente não são temas muito debatidos nas universidades em geral, e como a graduação em Psicologia é um curso no qual os futuros profissionais vão lidar com uma diversidade de demandas, sendo de extrema importância poder falar livremente e estar informado sobre esses assuntos. Também são desenvolvidas atividades de divulgação nas redes sociais, mais especificamente na página institucional do núcleo no Instagram, a partir de comunicações sobre nossas temáticas, muitas vezes a partir de nossos debates no grupo de estudos e de demandas que surgem pelas pautas dos movimentos sociais. Em relação às nossas ações de pesquisa, recentemente aprovamos duas pesquisas de iniciação científica (IC) que abordarão em suas problematizações o recorte de gênero como um balizador. Em relação à visão feminista de gênero, busca-se a equidade de gênero no contexto da saúde e da psicologia social. Aqui compartilhamos de uma visão de saúde que a entende a partir de uma perspectiva ampliada e não coaduna com a ideia segregada do sujeito e exige, necessariamente, um olhar integral, social e histórico sobre os mesmos. Nesse sentido, quando nos propomos a atuar no campo da saúde e direitos humanos defendemos que a práxis na promoção e atenção à saúde exige e promove a capacidade de refletir e intervir sobre a realidade de forma interdisciplinar. Como principais reflexões ou resultados das ações até aqui desenvolvidas destacamos que nos encontros do grupo, as maiores problemáticas identificadas foram a homofobia e o machismo, aversões à comunidade LGBTQIA+ e às mulheres, respectivamente, que contrapõe a tudo que o núcleo pesquisa e discute. O presente resumo encaixa-se no eixo 2, já que reflete a importância de movimentos contra todos esses preconceitos já citados, e também traça propostas de mudanças para esse cenário.

Palavras-chave: Gênero; Sexualidade; Diversidade Sexual; Feminismos.