Anais do Encontro Regional Nordeste da ABRAPSO 

VOL. VIII, 2022

PSICOLOGIA SOCIAL E PRÁXIS INTERSECCIONAL: DESAFIOS FRENTE À TAREFA DE RECONSTRUÇÃO POLÍTICA DO PAÍS

ISSN 2965-226X

Práticas de promoção de saúde desenvolvidas no contexto da Atenção Primária

Paula Quitéria da Silva Ferreira (Secretária Municipal de Saúde de Maceió)

Yasmin Lima Caldas (Centro Universitário Tiradentes - UNIT/AL) 

Renata Araújo de Souza Silva (Secretária Municipal de Saúde de Maceió)

Eulina Maria da Conceição (Secretária Municipal de Saúde de Maceió)xxx

Resumo: Partimos do diálogo interprofissional, para construir ações que sejam coerentes e alinhadas com as demandas do nosso território. Evidenciando a Responsabilidade relacional, visto que é um recurso em consonância com o Sistema Único de Saúde, que favorece a aproximação e o vínculo entre os atores sociais envolvidos, criando caminhos para o comprometimento, co-responsabilização e o desenvolvimento de uma autonomia menos individual e mais relacional e responsável. As atividades realizadas na Unidade Básica de Saúde Tereza Barbosa são desenvolvidas mediante planejamento de ações com a equipe de saúde, composta por profissionais das áreas de psicologia, serviço social, nutrição, enfermagem, medicina e os estagiários de psicologia e serviço social. Nossas atividades seguem o calendário da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, e do Ministério da Saúde, que adotam as cores aos meses, para as campanhas de prevenção e promoção de saúde. Seguindo este eixo, realizamos reuniões quinzenais para elaboração das atividades, avaliações e ajustes necessários para que o planejamento seja embasado na realidade local, e as intervenções são propostas levando em consideração a necessidade das pessoas e da comunidade. Para a realização das práticas de promoção em saúde utilizamos as metodologias ativas para nortear nossas ações, pois possibilitam relações horizontais no processo de construção de um ambiente de cuidado diferenciado, enfatizando uma maior interação entre o profissional da saúde e o usuário. Entre as atividades realizadas podemos destacar:o Bazar natalino: mulheres empreendedoras (atividade realizada com as mulheres do nosso território que fazem trabalhos manuais, e que na pandemia ficaram sem fonte de renda); Amamentação e a arte gestacional (atividade alusiva ao agosto dourado, mês que aborda a importância da aleitamento materno); Cine Lilás (foi produzido um cinema no interior da unidade, com a apresentação de filmes e musicais, sobre a temática do agosto lilás, que aborda a questão de violência contra mulher); Grupo de mulheres (Grupo com mulheres usuárias e funcionárias da unidade, em que realizamos rodas de conversas sobre temas diversos, entre eles: autocuidado e saúde da mulher, empreendedorismo feminino; oficinas de trabalhos manuais, como crochê, ponto xadrez e bordado livre). Realizamos também o Humanizateca que caracteriza-se como um espaço de diálogo e encontro com servidores da Unidade, visando o fortalecimento das relações interpessoais, a discussão dos processos de trabalho e as mudanças de práticas. Buscamos subsídios na Política Nacional de Humanização (PNH) e na Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), utilizando as diretrizes de acolhimento, clínica ampliada, Cogestão e valorização do servidor. Contudo, o nosso maior desafio é romper com a lógica biomédica, centrada no corpo biológico e numa autonomia individualizada, pois ainda temos profissionais presos a modelos assistenciais de caráter curativo e individual, que apresentam resistência em sair do consultório e adentrar nas relações produzidas nas ações coletivas da UBS. Percebemos também que esse posicionamento dos profissionais é reflexo do próprio modelo de gestão municipal, que encontra dificuldades em valorizar ações que fujam dos moldes tradicionais de consultório individual. São nos espaços das intervenções coletivas que nos aproximamos do nosso usuário, valorizando os diversos saberes para uma produção compartilhada de sentido e de vínculos. Desse modo, é preciso pensar numa autonomia relacional, em que a interação seja geradora de vínculos e pertencimento, permitindo ao usuário ter o controle da sua vida em suas escolhas.


Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde; Responsabilidade Relacional; Autonomia.

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